segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Clip do MOVIDA - Movimento pela Vida

O MOVIDA é formado atualmente por 80 famílias de Belém do Pará, vítimas da violência, que lutam por Justiça e Paz!

E estão se juntando a outros Movimentos para fortalecerem ainda mais o ideal e a Busca por Justiça!
Parabéns a essas mamães guerreiras que fizeram do luto uma luta por Justiça para os seus filhos que partiram e também por todos aqueles que buscam, o mínimo que se espera, diante das tragédias onde a vida de inocentes são ceifadas...JUSTIÇA!

Entre os participantes do MOVIDA estão; Iranilde Russo, mãe de Carlos Gustavo Russo e Andrelina Pereira, mãe do Bruno Abner.

Clip do Movida - (Movimento pela Vida) - Belém do Pará - Parte I



Clip do Movida - (Movimento pela Vida) - Belém do Pará - Parte II

domingo, 7 de novembro de 2010

Mães do Movida protestam




Filipe Sanches


Da redação

Três anos, sete meses e 22 dias depois do assassinato do filho, a professora aposentada Maria Andrelina Ferreira Pereira ainda chora quando lembra do episódio que tirou a vida de Bruno Abner, o seu filho mais velho. Bruno foi morto por bandidos na porta de casa. O crime teria ocorrido por engano, acredita a mãe. Bruno era despachante de voos em uma companhia aérea.

Uma vez por semana, Andrelina visita a sepultura do filho em um cemitério particular em Ananindeua. Sozinha, ela ora e conversa com o filho. "É quando eu reflito sobre a minha vida, sobre a vida dele, sobre como tudo mudou agora. Depois de todo esse tempo, três anos e sete meses, ainda parece que foi ontem", diz Andrelina.
Depois da morte de Bruno, Andrelina diz ter perdido um pouco da vontade de viver. Vontade que ela reencontrou ao compartilhar a dor que sentia com outras mães que perderam seus filhos para a violência. A mãe de Bruno é uma das mais de 70 mães que participam do Movimento pela Vida, o Movida.

Criado por Iranildes Russo, mãe de outro jovem assassinado - o promotor de eventos Gustavo Maia Russo -, o Movida se reúne hoje, Dia de Finados, em frente ao cemitério parque Recanto da Saudade, localizado atrás de uma arena de shows no km 3 da rodovia BR-316, em Ananindeua. É lá que estão enterrados parte dos filhos perdidos pelas mães do Movida.

Além de servir como ponto de apoio às famílias, o Movida se reúne para cobrar a punição dos envolvidos nas mortes. Ao grupo, se uniram famílias de vítimas de erro médico.
Inês Pires Teixeira, mãe do Movida, perdeu a filha Roberta Pires Teixeira Miranda durante uma cirurgia reparadora bariátrica. Roberta, segundo a mãe, foi submetida a um procedimento cirúrgico irresponsável e faleceu no hospital depois de uma transfusão de sangue.

A Justiça ouvirá novamente os médicos e enfermeiros envolvidos na morte de Roberta. As novas oitivas estão marcadas para os dias 22, 23, 24 e 25 de novembro. Inês promete acompanhar de perto os depoimentos, com o apoio das outras mães do Movida.

Hoje, o grupo distribuirá panfletos informativos sobre o erro médico. O material indica como evitá-los e como cobrar a punição. Inês preside hoje o Instituto Vida Brasil, a antiga Associação Paraense Contra Erro Médico (Aspacen), que atende e orienta as famílias que perderam parentes por atos médicos irresponsáveis ou imprudentes. Para falar com o Instituto Vida Brasil, basta ligar para a presidente Inês Pires para 8113-2425.

Andrelina teme que novo julgamento retire condenados da cadeia

"Tem mães que não gostam de ir ao cemitério porque não sabem como vão se sentir. Eu sinto que se eu não for lá, estarei abandonando meu filho. Eu converso com ele, conto as histórias, faço as minhas orações", conta Maria Andrelina. "O Bruno era o filho mais velho. Depois de dois anos passados, isso para mim realmente parece que foi ontem, e muitas vezes parece que nunca aconteceu. Um dia, Deus vai me dar entendimento e sabedoria para que eu tenha a aceitação de tudo isso, mas hoje ainda é difícil".

Bruno Abner foi assassinado em março de 2008. Dois dos acusados de participação no crime, assaltantes, morreram. Os outros dois foram presos, julgados e condenados em março de 2009. Carlos Eduardo Pereira Pinto cumpre no Sistema Penal os 42 anos de prisão a que foi condenado. Adriano Cézar Gouvea Correia, também preso, terá de cumprir 41 anos de prisão.

Maria Andrelina teme que um novo episódio possa tirar da cadeia os dois algozes presos de Bruno Abner: "Para minha tristeza, eu tive a informação de que três defensores públicos estão querendo anular o julgamento dos dois assassinos do meu filho e tirar eles da cadeia. Eles querem anular um julgamento que já estava no passado, que já estava sepultado dentro do meu coração".

Quem são os filhos do movimento?

Conheça as histórias de alguns dos nomes das vítimas da violência e do erro médico cujas famílias integram o Movimento Pela Vida:


- Bruno Abner, morto aos 27 anos, despachante de voo, foi morto por engano por bandidos na porta de casa, em março de 2008.

- Gustavo Russo, promotor de eventos, foi morto aos 27 anos por policiais militares durante uma perseguição na avenida João Paulo II, em janeiro 2005. Ele teria sido confundido com um assaltante.

- Allan Barbosa, 17 anos. Morto por erro médico durante uma cirurgia bariátrica em 2009.

- Maycon Pantoja, de 28 anos, funcionário público, foi morto em frente a uma lotérica no Centro, em dezembro de 2008.

- Rodrigo Lobato morreu durante um assalto aos 22 anos, quando fazia o terceiro ano de direito. O crime ocorreu em setembro de 2009.

- Roberta Pires Teixeira de Miranda morreu aos 25 anos vítima de erro médico, durante uma cirurgia reparadora feita depois de uma cirurgia bariátrica.



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sobre a Tragédia que vitimou Bruno Abner



Bruno Abner Pereira Rodrigues, de 26 anos, despachante da TAM, companhia aérea foi assassinado a tiros no bairro do Telégrafo. Ele foi baleado no tórax quando saia de casa com a companheira, Bruna Barbosa Coutinho, por volta das 22 horas do dia 24/03/2008, na passagem Isabel, próximo à travessa Coronel Luís Bentes. Ambos estavam em um Gol vermelho, placa JTO 4699.

Na hora de sair de casa, o casal foi abordado por três homens armados usando bicicletas. O veículo estava em movimento. Os assaltantes anunciaram o assalto e para evitar qualquer ação violenta dos bandidos, as vítimas ergueram as mãos.

Um dos ladrões começou a atirar em direção ao carro sem motivo aparente. Um dos tiros atingiu Bruno Abner no tórax e outra bala acertou o vidro da porta ao lado do motorista, bem como o lado direito do Gol. Bruna Coutinho não sofreu qualquer ferimento durante o tiroteio.

Os bandidos fugiram do local do assalto sem levarem nada. Bruno Abner foi socorrido por familiares e conduzido até o Pronto-Socorro da travessa 14 de Março, no Umarizal. Ele não resistiu ao baleamento no tórax e morreu por volta das 22h50. O corpo foi removido para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, próximo ao Estádio Mangueirão.

O clima de tristeza e revolta tomou conta da missa de sétimo dia de Bruno Abner Pereira Rodrigues, assassinado em frente à sua casa, por engano. A cerimônia religiosa, que aconteceu no Santuário de Fátima, reuniu familiares e amigos do rapaz. Trajando camisetas estampadas com a fotografia do despachante, os parentes do jovem prometeram lutar para que a morte dele não tenha sido em vão. 'Se o Bruno veio para a Terra com esta missão, a de chamar a atenção para o problema da violência e da impunidade, vamos fazer de tudo para que assim seja', declarou a professora Andrelina Pereira, mãe do rapaz.

Um dos primeiros a chegar à igreja foi o estudante Vítor Moutinho, de 23 anos, um dos cinco irmãos de Bruno. Abatido, ele contou que o jovem sempre foi uma pessoa alegre e bem-humorada, que tinha um grande respeito pela vida, em todas as suas formas. 'Se há alguma coisa que o meu irmão me ensinou, sem dúvida, foi a ter respeito pela vida. Ele era tão cuidadoso com isso, que era incapaz de matar uma formiga que fosse. Achava que ninguém tinha o direito de tirar a vida de ninguém', lembrou.

Segundo Vítor, a morte brusca de Bruno mudou completamente a rotina da família. Ele mesmo, que estava fazendo mestrado fora de Belém, vai precisar voltar para a cidade, a fim de cuidar da mãe. 'Tudo o que aconteceu, a forma como se deu, foi muito impactante para nós. Nesse momento, a minha mãe está precisando muito de mim, por isso, vou deixar o mestrado e o doutorado para um outro momento', afirmou.

Ainda de acordo com o estudante, esta não é a primeira vez que a família passa por uma situação envolvendo mortes violentas. Em novembro do ano passado, um primo de Vítor, o engenheiro civil Daniel Moutinho, de 28 anos, morreu depois que o ônibus no qual ele viajava, de Parauapebas para Belém, caiu de uma ponte, na rodovia PA-150. Segundo Vítor, o coletivo sofreu uma tentativa de assalto, na qual o motorista acabou sendo baleado. Sem controle, o veículo caiu da ponte, vitimando três pessoas, entre as quais, Daniel.

VIDA INTERROMPIDA

Já a professora Andrelina Pereira, mãe de Bruno e Vítor, se disse atônita com tudo o que está acontecendo. Ela revelou ter o filho lhe confidenciado o desejo de, em breve, fazer um curso em São Paulo para se tornar comissário de bordo da companhia aérea onde atuava como despachante. 'O meu filho teve a vida interrompida de uma maneira brutal. Tudo o que nós queremos agora é que outras famílias não precisem passar por isso também. Queremos que os culpados sejam punidos de maneira exemplar, porque esse tipo de coisa não pode mais acontecer e ficar assim, por isso mesmo', destacou.

O pai de Bruno Abner, José Joaquim Rodrigues, que ontem publicou uma carta intitulada 'O clamor de um pai', nas páginas de O LIBERAL, disse que o único desejo da família é que seja feita justiça. Para ele, a inércia das autoridades tem contribuído para que famílias tenham suas vidas destruídas todos os dias. 'É um ciclo vicioso. A pessoa que matou o meu filho, por exemplo, tinha antecedentes criminais. Por que, então, estava solto, convivendo em sociedade? Se o sistema policial, judiciário estivesse fazendo bem o seu trabalho, o meu filho provavelmente ainda estaria vivo', desabafou.

Dois dos três acusados de assassinar o despachante da TAM Bruno Abner Pereira Rodrigues, de 26 anos, sentaram no banco dos réus no dia 09/03/2009, Carlos Eduardo Pereira Pinto, o 'Dudu', e Adriano Cezar Gouveia Corrêa, o 'Dida', foram julgados pelo Tribunal do Júri. O julgamento fpi presidido pelo juiz Edmar Silva Pereira, da 1ª Vara Penal da Capital, e durarou dois dias. O terceiro acusado, Carlos Eduardo Moraes Dias, o 'Galinha', foi assassinado em 2008, durante um assalto, no município de Primavera.

O crime ocorreu no dia 24 de março de 2008, por volta das 22 horas, quando Bruno Abner estava saindo de casa com a esposa, Bruna Barbosa Coutinho, no bairro do Telégrafo. Os três acusados estavam armados e já chegaram atirando no casal. Dois tiros atingiram, mortalmente, o jovem e, por sorte, não acertaram a mulher dele. Bruno Abner foi confundido pelo trio com um vizinho dele de nome Deivid Barata Silva, o 'Pingüim', por possuir um carro de cor vermelha (a mesma do carro de 'Pingüim', embora de marca diferente). O motivo do crime seria uma suposta vingança.

Um dia depois do crime, Deivid Barata Silva, soube que o bando teria confundido o alvo, que não era o casal e sim ele próprio. O motivo seria para vingar a morte do irmão de um deles, cuja autoria o bando atribuia a Deivid, também proprietário de um veículo de cor vermelha.
Testemunha do processo, Deivid contou em depoimento à Justiça, um ano antes do homicídio contra Bruno Abner, que ele teria sofrido um assalto praticado pelo irmão de Adriano. Posteriormente, o irmão de Adriano foi assassinado e o bando acreditou que o crime teria sido encomendado por Deivid.

A promotora Rosana Cordovil, que atuou na acusação, arrolou várias testemunhas para o julgamento. Entre elas, a esposa de Bruno Abner; David Barata Silva, o 'Pingüim' - que socorreu Bruno Abner e a mãe da vítima, Andrelina Pereira.

Os acusados pelo crime foram condenados a 83 anos no total.
O Tribunal do Júri condenou a 83 anos de prisão os dois homens acusados pelo assassinato do despachante da TAM Bruno Abner Pereira, e pela tentativa de homicídio da noiva dele, Bruna Barbosa Coutinho.

Carlos Eduardo Pereira Pinto foi condenado a 42 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado provocado por vingança (Bruno foi confundido com um desafeto dos réus) e sem possibilidade de defesa. Adriano César Corrêa foi condenado pelos mesmos crimes, mas teve um ano da pena diminuída por ter confessado a autoria. O crime de tentativa de homicídio contra Bruna foi agravado ainda pelo fato de que ela seria morta como 'queima de arquivo'.

A jovem escapou sem ferimento porque as balas desferidas contra ela atingiram a porta do carro. Apesar de terem sido condenados pela primeira vez, os dois réus já tinham antecedentes criminais e vão cumprir a pena em regime fechado. Com a condenação, os jurados desconsideraram a tese da defesa de que César cometeu o crime sob emoção e teve menor participação no crime.

'A sentença foi lida poucos minutos após as 19h do dia 11/03/2009 a uma platéia emocionada, formada pelos familiares e amigos de Bruno e por integrantes do Movimento pela Vida (Movida), organização que reúne mais de 50 famílias que tiveram parentes assassinados de forma violenta no Pará, sobretudo Belém. O grupo deu às mãos e, após a conclusão da sentença, aplaudiu os jurados, promotores e funcionários da Justiça que estavam em plenário. Chorando, a mãe de Bruno Abner, Andrelina Pereira, disse que não considerava a condenação uma vitória, mas apenas uma conquista do grupo e das pessoas que lutam por justiça.

'Meu filho não vai voltar. Não posso considerar que isso foi uma vitória', disse. O pai do jovem, José Joaquim Rodrigues, disse que a pena foi adequada e trará uma 'sensação de justiça' para a família. 'Passamos um ano de muita luta por justiça e agora chegamos ao fim', disse.

'O encerramento da sessão foi marcado por mais discussões entre a promotora Rosana Cordovil e o defensor público Paulo Bona. Cordovil chorou ao retomar a acusação de que teria feito ameaças a testemunhas de defesa. As acusações foram feitas no primeiro dia do júri pela mulher de um dos acusados, que alegou ter sido intimidada pela promotora com ameaça de prisão caso não falasse a verdade ao Júri. Cordovil reagiu imediatamente com fúria e ontem disse que a defesa foi um 'circo' e uma 'farsa'. 'Em 24 anos de Ministério Público e 13 de tribunal do júri nunca passei por isso. Agradeço aos senhores por não se influenciarem por tanta baixaria, por tanta calúnia', disse aos jurados e ao juiz Edmar Silva Pereira.

Paulo Bona se defendeu dizendo que as ofensas de Rosana Cordovil foram 'gratuitas e infundadas'. Hedy Carlos Soares, também defensor, por sua vez, comentou a recusa de promotora em lhe cumprimentar, alegando que não compreende a postura, mas respeita a 'colega'. No primeiro dia do júri, Rosana Cordovil chamou Hedy Carlos de 'promotor de gabinete' e mandou ele voltar para Mato Grosso, sua cidade natal. As declarações foram consideradas preconceituosas.

Movimento pela Vida vê resultado como um 'passo na luta por justiça'

'Para as famílias que integram o Movimento pela Vida (Movida), as condenações de Carlos Eduardo e Adriano César significam mais um passo na busca por justiça. A fundadora do grupo, Iranilde Maia Russo - que teve o filho, Carlos Gustavo Russo, assassinado por policiais militares em 2005, ao ser confundido com um assaltante -, disse que as decisões judiciais incentivam o grupo a se unir a outros movimentos brasileiros que tentam implementar alterações nos códigos Penal e de Processo Penal brasileiros, documentos que, segundo familiares de vítimas, facilitam a impunidade por deixarem brechas à progressão de regime, liberdade condicional e outras vantagens a quem comete crimes. No grupo, há vários relatos de crimes cometido por pessoas condenadas durante períodos de condicional ou mesmo fuga.

'O homem que matou meu filho já tinha cometido outros crimes no Marajó e mesmo assim estava em liberdade', disse Vera Nilza, mãe de um jovem assassinado em junho de 1999, quando comprava refrigerante em bar. Segundo a mãe, o réu foi condenado a 18 anos, mas não cumpriu sequer um terço da pena e está foragido há dois anos, após ganhar liberdade por meio do indulto de Natal. Segundo ela, a fuga não havia sequer sido comunicada pelo Sistema Penal à Justiça. 'Eu fiquei sabendo porque uma vizinha viu ele na rua. Quem avisou a 8ª Vara da fuga fui eu', disse.

'Para Iranilde Maia Russo, a cada dia, mais pessoas têm procurado o Movida para buscar apoio e justiça após se verem envolvidas em crimes violentos. O grupo se reúne com frequencia e aglutina famílias vítimas de crimes de grande repercussão, como a morte da estudante Nirvana Evangelista, do médico Salomão Nahmias, do servidor público Maycon Pantoja e outros. Iranilde diz que o apoio mútuo, tanto no acompanhamento processual quanto no apoio psicológico ajuda pais, filhos, irmãos, esposas e amigos a seguir após um crime brutal na família.

'Hoje, qualquer pessoa pode passar por isso e ver sua vida transformada do dia para a noite. Só quem passa por esse sofrimento sabe o que é', disse. Noiva de Maycon Pantoja, morto durante assalto a uma lotérica no final do ano passado, disse que um dia antes da morte assistiu a uma reportagem sobre o Movida. 'Eu ainda perguntei se ele (Maycon) achava que esse tipo de movimento dava resultado. No dia seguinte, ele foi morto e hoje eu estou aqui, lutando por justiça', disse ela.

PENSE EM MIM...ADEUS A BRUNO ABNER!

MEU PRESENTE DE DEUS

Por Andrelina, mãe de Bruno Abner



JULGAMENTO DOS ASSASSINOS DE BRUNO ABNER


Os acusados pelo crime foram condenados a 83 anos no total.

O Tribunal do Júri condenou a 83 anos de prisão os dois homens acusados pelo assassinato do despachante da TAM Bruno Abner Pereira, e pela tentativa de homicídio da noiva dele, Bruna Barbosa Coutinho.


Carlos Eduardo Pereira Pinto foi condenado a 42 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado provocado por vingança (Bruno foi confundido com um desafeto dos réus) e sem possibilidade de defesa. Adriano César Corrêa foi condenado pelos mesmos crimes, mas teve um ano da pena diminuída por ter confessado a autoria. O crime de tentativa de homicídio contra Bruna foi agravado ainda pelo fato de que ela seria morta como 'queima de arquivo'.

A jovem escapou sem ferimento porque as balas desferidas contra ela atingiram a porta do carro. Apesar de terem sido condenados pela primeira vez, os dois réus já tinham antecedentes criminais e vão cumprir a pena em regime fechado. Com a condenação, os jurados desconsideraram a tese da defesa de que César cometeu o crime sob emoção e teve menor participação no crime.


'A sentença foi lida poucos minutos após as 19h do dia 11/03/2009 a uma platéia emocionada, formada pelos familiares e amigos de Bruno e por integrantes do Movimento pela Vida (Movida), organização que reúne mais de 50 famílias que tiveram parentes assassinados de forma violenta no Pará, sobretudo Belém. O grupo deu às mãos e, após a conclusão da sentença, aplaudiu os jurados, promotores e funcionários da Justiça que estavam em plenário.
Chorando, a mãe de Bruno Abner, Andrelina Pereira, disse que não considerava a condenação uma vitória, mas apenas uma conquista do grupo e das pessoas que lutam por justiça.


'Meu filho não vai voltar. Não posso considerar que isso foi uma vitória', disse. O pai do jovem, José Joaquim Rodrigues, disse que a pena foi adequada e trará uma 'sensação de justiça' para a família. 'Passamos um ano de muita luta por justiça e agora chegamos ao fim', disse.


'O encerramento da sessão foi marcado por mais discussões entre a promotora Rosana Cordovil e o defensor público Paulo Bona. Cordovil chorou ao retomar a acusação de que teria feito ameaças a testemunhas de defesa. As acusações foram feitas no primeiro dia do júri pela mulher de um dos acusados, que alegou ter sido intimidada pela promotora com ameaça de prisão caso não falasse a verdade ao Júri. Cordovil reagiu imediatamente com fúria e ontem disse que a defesa foi um 'circo' e uma 'farsa'. 'Em 24 anos de Ministério Público e 13 de tribunal do júri nunca passei por isso. Agradeço aos senhores por não se influenciarem por tanta baixaria, por tanta calúnia', disse aos jurados e ao juiz Edmar Silva Pereira.

Paulo Bona se defendeu dizendo que as ofensas de Rosana Cordovil foram 'gratuitas e infundadas'. Hedy Carlos Soares, também defensor, por sua vez, comentou a recusa de promotora em lhe cumprimentar, alegando que não compreende a postura, mas respeita a 'colega'. No primeiro dia do júri, Rosana Cordovil chamou Hedy Carlos de 'promotor de gabinete' e mandou ele voltar para Mato Grosso, sua cidade natal. As declarações foram consideradas preconceituosas.

MANIFESTO CONTRA A VIOLÊNCIA E EM DEFESA DA VIDA








MISSA DE 2 ANOS SEM BRUNO ABNER







HOMENAGENS A BRUNO ABNER

 







Bruno Abner e sua carreira no Exército Brasileiro






CURRICULUM VITAE DE BRUNO ABNER